Atividades práticas: extraindo DNA de vegetais

Olá, tudo bem?
Depois da série de postagens sobre os tipos de coleções bilógicas e como montá-las, vamos trazer para vocês ideias de atividades práticas para serem trabalhadas com os alunos na sua escola. São atividades que podem ser realizadas em diferentes ambientes: laboratório de Ciências, quadra, pátio, sala de aula... Falta de espaço não é motivo para não realizar experimentos simples com os alunos e que deixarão as aulas mais dinâmicas e o conteúdo mais ilustrado. Vamos lá?!

Extração de DNA

Nossa primeira atividade é um experimento clássico de extração de DNA vegetal. Você o conhece? Já trabalhou ele com seus alunos? Se não, vamos aprender?

Para essa atividade você vai precisar de:
• Saco plástico comum transparente e resistente;
• Colher de medida (colher de café);
• Bastão de vidro ou palito de madeira (podendo ser subsitituido por bastão de acrílico para pirulitos, facilmente encontrado em casas de embalagens);
• Cloreto de sódio (sal de cozinha);
• Detergente neutro e transparente;
• Béquer ou copo de requeijão;
• Gaze para filtrar;
• Tubo de ensaio, que pode ser substituido por tubetes para colocar balas em festas de aniversário, facilmente encontrados em casas de produtos para festas/embalagens;
• Funil;
• Faca;
• Água;
• Pipeta Pasteur, seringa ou conta-gotas;
• Proveta ou outro frasco com graduação volumétrica;
• 2 ou 3 morangos (pode ser substituído por ½ banana, ½ tomate ou ½ cebola);

• Álcool etílico absoluto ou álcool etílico doméstico (>90º G.L) (deve ser mantido gelado até o momento da sua utilização).

                                                                  Alguns itens utilizados

Primeiro passo:
Para começar, você deve preparar uma solução de lise de membranas. Essa solução é feita misturando-se 6 mL de detergente, 4g de NaCl (ou seja, aproximadamente 4 colheres de café cheias de sal de cozinha) e água suficiente para formar 60 mL de solução. Deixe reservado. Essa solução tem a importante função de realizar a quebras das membranas das células do vegetal escolhido.


Segundo passo:
1    Corte e macere os morangos com a solução de lise, no saco plástico, até se obter uma suspensão liquefeita da polpa do fruto. Recomendo a utilização dos morangos por serem mais macios e proporcionar um resultado visual final mais satisfatório. Se não tiver os morangos, os melhores resultados são obtidos com a banana, a cebola e o tomate.   
     Este procedimento facilita a filtração. A maceração proporciona uma primeira quebra das células e aumento da superfície de contato com a solução de “lise”, cuja função é romper as membranas celulares e as membranas nucleares ainda intactas, o que liberara as moléculas de DNA que estavam localizadas no interior do núcleo. As moléculas de detergente desestruturam os lipídeos, principais componentes das membranas, provocando sua ruptura, e o sal favorece a aglomeração das moléculas de DNA.


                                                                Solução de lise com banana macerada

     Terceiro passo:
      Misturar a solução feita anteriormente por aproximadamente 3 minutos e filtrar nos tubos de ensaio utilizando o funil e as gazes. A solução deve ocupar aproximadamente a metade do tubo de ensaio.



    Quarto passo:
    Incline um pouco o tubo de ensaio e lentamente pingue pela parede dele o álcool gelado, utilizando pipeta, conta-gotas ou a seringa.

   Finalização:
O DNA possui baixa solubilidade em álcool etílico e também sofre um processo de desidratação, fazendo com que as moléculas fiquem mais compactadas. Além disso, o DNA também apresenta baixa densidade em relação a outros componentes celulares. Esses fatores fazem com que ele seja visualizado como um sobrenadante na solução de álcool etílico, que tem o aspecto de uma “nuvem”.


Esse experimento é muito legal para ser realizado nas aulas de citologia, quando trabalha-se com questões relacionadas às moléculas de DNA, estruturas celulares, diferenças entre eucariontes e procariontes etc. Ao final, você pode pedir um relatório de aula prática para os alunos, o que incentiva a pesquisa e valoriza o trabalho. Nós do Ciência Itinerante temos um modelo de relatório para essa aula e, se você tiver interesse, entre em contato conosco pelo link da nossa página no Facebook.

Fonte:
ROSSI-RODRIGUES, Bianca Caroline. GALEMBECK, Eduardo. Biologia: aulas práticas. 1ª edição. Eduardo Galembeck. Campinas, 2012.




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